segunda-feira, 22 de junho de 2009

Pontos de Vista em 2001

Em 2001, depois de 4 meses de ausencia forçada da curva e dos estádios, bem como te toda a minha vida pessoal, dei um entrevista ao "ultras12" site/forum que existia na altura.
Apesar de a certa altura apelar á não participação de membros dos Diabos nesse forum dada a fantochada que se tornaram os assuntos de discussão, hoje sinto falta de um site ou de um forum onde se leia ou se escreva sobre o que realmente importa ao movimento Ultra.
A ausencia de ideias em detrimento do numero de visitas e a ausencia de moderação nos comentarios dos utilizadores do ultras 12 ditaram o apodrecer de um espaço que poderia ter tido outro fim.
Transcrevo, para este blog, uma entrevista com practicamente 8 anos, não por uma questão de saudosismo mas sim pelo facto de continuar a acreditar no que sempre defendi e pelo facto de continuar a concordar com as respostas que dei. Passados estes anos todos, pouco mudava nas minhas respostas.
Se quiserem aproveitar os comentarios para colocar alguma questão, responderei com todo o gosto.
Boa leitura.

Oct 2, 2001 Autor: Ultras12.com

O Ultras12 entrevistou o presidente dos Diabos Vermelhos. Emanuel Lameira fala-nos da claque mais antiga do Benfica, e um dos mais emblemáticos e históricos grupos de apoio ao clube. Na mesma entrevista, Lameira fala doutras claques, do mundo ultra, da poliícia e de muitos outros aspectos Uma visão importante, sobretudo para os mais novos.

Faz uma retrospectiva destes 19 anos dos Diabos Vermelhos, e compara com o momento actual.

É complicado fazer uma retrospectiva, porque são muitos anos, mas vou dividir em duas partes: desde 1982 até início dos anos 90 a claque tinha um estilo muito próximo do casual, sem organização nem núcleos. No fundo as pessoas juntavam-se para apoiar o clube. No início dos anos 90 passaram a existir núcleos, coreografias, e o grupo cresceu mais em termos oficiais.

Estabelece um balanço da época que passou dos DV em termos de crescimento da claque, coreografias, transfertas, presenças em casa e cânticos.

O ano transacto talvez tenha sido aquele em que a claque mais cresceu em termos de número de sócios oficiais. Passamos de cerca de 700 a 800 sócios para 1400, quase 1500. Foi o ano com maior número de entradas. Ao nível de cânticos, diversificamos bastante e com cânticos menos curtos , que motivam mais a participação de todos e permite um apoio mais contínuo. Em termos de deslocações, os DV estiveram iguais a si próprios, ou seja : presentes em tdos os jogos de todas as competições, fora e em casa. Coreografias: acho que temos mantido o nível, e de ano para ano vamo-nos superando a nós próprios, realizando coreografias mais inovadoras, imaginativas e com mais qualidade. Aliás, a nível coreográfico, sem qualquer desprimor para os outros, penso que somos mesmo o número um em Portugal.

Como estão organizados os DV?

Antes de tudo, estamos constituídos como uma associação. Temos uma Direcção composta por cinco pessoas, apoiada por uma Organização, constituída por 15 a 20 pessoas, das quais fazem parte a direcção e responsáveis dos núcleos e/ou pessoal mais influente nos núcleos. Esta Organização é responsável pelas coreografias e venda de material. Temos reuniões semanais, em que os assuntos tratados são posteriormente divulgados aos restantes membros pelos responsáveis dos seus núcleos. No entanto, qualquer membro pode participar, se assim o desejar.

O que é necessário para constituir um núcleo nos Diabos Vermelhos? Quais os núcleos com maior destaque?

Para formar um núcleo são necessárias no mínimo 25 pessoas incritas dessa zona. A partir daí, podem fazer a faixa, e o núcleo fica oficializado na claque. O número mínimo de inscritos existe para evitar o exagero de faixas, porque senão não há estádio que as aguente. Os núcleos Almada e Seixal têm muita gente, embora não estejam muito organizados. Em Lisboa e arredores também há núcleos importantes, como é o caso do de Olivais, o de Pedernais (50 inscritos com apenas um ano), que é um dos maiores. Também temos núcleos fora de Lisboa que têm um papel muito importante no funcionamento da claque.

E núcleos no Porto, que é no fundo uma das cidades com "adversários" mais complicados do ponto de vista de claques?

No Porto nunca houve núcleos muito organizados, já desde o tempo do núcleo DV Norte. Neste momento temos bastantes inscritos na zona do Porto, Matosinhos, Gaia, Ermesinde e Rio Tinto, mas não estão organizados num núcleo.

Quantos são os sócios registados nos Diabos actualmente?

1700

Portanto são tantos como os Super Dragões... Este ano mudaram de sector. Porquê? Não achas que perderam protagonismo em termos de imagem?

Se esse protagonismo era dado pela televisão, então perdemos ! Mas como não fazemos as coisas com esse intuito, mas sim para animar o estádio, então não perdemos, até pelo contrário. Fomos para um sector maior, em que podemos estar mais à vontade e todos juntos. Podemos estar de pé, sem ter de "levar" com os sócios mais velhos do clube em cima (cativos). Esta nova posição no estádio também nos permite uma maior facilidade nas coreografias, aumentando claramente o seu potencial.

Que relação existe entre a claque e a direcção do clube?

É uma relação normal. Esta direcção tem consciência que nós somos a claque do Benfica. Esse trabalho tem de ser reconhecido e respeitado, o que aliás tem acontecido, numa base de diálogo e respeito mútuo.

Qual a importância da sede para vocês?

A sede é fundamental para o nível de organização dos Diabos, é o local onde reunimos, vendemos material, temos os ficheiros, realizamos inscrições e também onde convivemos. É um orgulho para nós, já que poucas são as claques que têm uma sede como a nossa. Todas as obras e material que lá está foram custeados por nós.

Como funcionam os bilhetes para os jogos? Como se adquirem?

A direcção do clube fornece bilhetes para a claque a um preço especial, e numa determinada quantidade. Nós em reunião fixamos o preço ao qual os vendermos aos nosso associados. A margem resultante é suposta ser para as coreografia, mas nem sempre isso acontece. Como o preço dos bilhetes nos jogos fora é muito elevado, a claque comparticipa com uma parte do preço da viagem, para ajudar aqueles que mais se deslocam. Os bilhetes da claque adquirem-se na sede dos Diabos Vermelhos, mediante a apresentação de cartão de associado.

Como é a relação entre os Diabos e os jogadores do Benfica ? E no caso concreto da época transacta?

Isso varia de ano para ano. Ao longo destes anos houve momentos em que sentiamos que os jogadores também nos sentiam de uma forma muito especial. Havia uma ligação entre a bancada e o relvado muito forte, fosse em que estádio fosse, sentia-se união. A situação de o Benfica estar há muitos anos sem conseguir alcançar os patamares a que estavamos habituados também levou a que muitas vezes apontassemos o dedo à atitude de certos jogadores. No futebol tal como é hoje em dia (indústria), os jogadores já não vestem a camisola por amor ao clube, mas sim por amor ao dinheiro. Sendo assim, eles são os trabalhadores e nós os patrões, já que lhes pagamos os ordenados, com o dinheiro das quotas, dos bilhetes e do material que adquirimos nas lojas do clube. Sob este ponto de vista, só esperamos que eles cumpram as suas funções e tudo corre pelo melhor. O ano passado existiram alguns problemas, porque faltou por parte dos jogadores rigor e principalmente respeito pelas pessoas que sempre apoiaram o clube, como nós. Os Diabos, mesmo quando já não havia nada para ganhar, a não ser feijões, estiveram sempre a apoiar, como por exemplo em Vila das Aves, já no final do campeonato, em que levamos 50 pessoas. Também temos que ver que só este ano já entraram 15 novos jogadores no Benfica, o que faz com que seja complicado manter os contactos com os jogadores. É claro que eles sabem quem são os Diabos Vermelhos, mas só com o tempo nos começam a dar valor e o apoio. Actualmente, os jogadores são muito bem pagos, logo têm de ser bons profissionais e dar o tudo por tudo dentro do campo. Mesmo que percam, têm de sair de cabeça erguida, porque fizeram tudo para ganhar. Se assim for, está tudo bem.

Comenta sucintamente a tua opinião sobre os seguintes grupos:
Kaos Barcelence ?
Lutadores, apoiam um desporto amador em Portugal.
Colectivo Curva Norte ?
Bom espírito.
Fúria Azul ? Bons ultras, fiéis ao clube, mas ao que me parece transmitem uma imagem que não é exactamente aquilo que eles são.
Torcida Verde ? Boas coreografias, muitas ideias, mas mais um grupo que transparece uma coisa cá para fora que na realidade não é.
No Name Boys ? Benfiquistas.
Mancha Negra ?Número um na segunda divisão.
Super Dragões ?Muitos e desorganizados.
Insane Guys Deixei de os ver.
Alma Salgueirista Grupo pequeno e fiel.
Juventude Leonina ?Bastantes, e estão como a equipa. Muitas promessas, pouca força.

O que achas do mundo ultra em Portugal ?

A moda passou. Actualmente só está quem realmente gosta. A moda foi há cerca de 7 ou 8 anos, e durou 3 épocas. Hoje em dia, quem cá anda tem paciência e estômago para ir para o estádio e sofrer com a falta de respeito que as pessoas mostram ter pelas claques. Talvez com o tempo as pessoas mudem a opinião que nutrem pelos grupos e também as claques vão mudando, sendo mais organizadas, animando cada vez mais o estádio e tendo um papel mais activo nos seus clubes.

Quais os grupos amigos e inimigos dos DV?

Não temos amizades oficiais. Dámo-nos bem com quem nos trata bem e dámo-nos mal com quem nos trata mal. O único grupo com que alguns de nós têm uma amizade forte é entre alguns membros dos DV com alguns membros das Brigadas do Espanhol.

Política nas curvas. O que tens a dizer sobre isto em Portugal e nos DV em particular ?
Não existe política nas claques em Portugal, porque não é tradição. Em Espanha já é diferente, acontece bastante, pelas diferenças de cultura, regiões, e por vezes mesmo de origem. Portugal é um país muito pequeno, em que não existem grandes diferenças entre Litoral, Interior, Norte e Sul, tanto a nível político como cultural. Nos Diabos Vermelhos, a maioria do pessoal está-se a borrifar para a política. Temos pessoas de esquerda e de direita, como na sociedade em geral. Ninguém vai para os DV para fazer política. Não se pode dizer que existe política nas curvas, se isso acontecer mais uma questão de exibicionismo do que de coerência por parte dessas pessoas.

Falemos da polícia portuguesa e da sua forma de actuar para com as claques. Achas que tem existido evolução neste campo?

Antes de mais, a atitude da polícia varia imenso com o estádio em questão. Infelizmente as mudanças que temos sentido são sempre para pior. Acho que tem de existir uma reflexão por parte dos agentes de autoridade e até mesmo uma preparação especifica para quem trabalha com as claques. Caso contrário vai-se tornar muito complicado, porque vai chegar o dia em que as pessoas vão dizer basta ! Ninguém trabalha a semana inteira, contribui com os seus impostos para o estado, vivendo em sociedade e em família como qualquer pessoa denominada normal, para ao fim de semana , por fazer parte de uma claque, ser tratado como um bandido e um bandalho pelos agentes de autoridade.

Em Portugal são proibidas tochas e vários efeitos pirotécnicos. Como comentas isso?

Trata-se de uma proibição imposta pelo que é típico no nosso país, "depois de roubados, trancas à porta". Na minha opinião, este tipo de material, desde que usado com cuidado e com conhecimento, não tem qualquer perigo,e traz uma mais valia importante ao embelezamento do espectáculo e da festa do futebol. A questão é que mesmo proibido, as tochas, fumos e petardos continuam a aparecer pelos estádios, pelo que a proibição não me parece uma boa solução. As coisas são feitas, só que às escondidas, e isso é mau, porque muitas vezes pode-se tornar mais perigoso. O que é necessário é consciencializar as pessoas.

Recentemente têm havido lutas mais acesas entre as claques, como faixas roubadas e até mesmo esperas. Achas que isto anima o mundo ultra, ou ao contrário, pensas que afasta as pessoas?

Esperas às claques é uma perda de tempo. Se acontecer é uma coisa, agora fazê-lo premiditadamente não acho correcto. Também não acho que seja bom , porque se calhar as pessoas começam a entusiasmar-se e no futuro isso pode trazer problemas gravíssimos e não há necessidade de chegar a esse ponto. Os grupos devem mostrar a sua superioridade na bancada e não andarem preocupados com o que se passa fora do estádio.

Fala do projecto Internet dos Diabos Vermelhos.

A Internet é mais um projecto, como muitos outros, em que o nosso canal é visto como um meio de conversação. Temos um site, no qual disponibilizamos a maior informação possível, para quem estiver interessado, e no qual é possível comprar o material dos DV online e fazer a sua incrição no grupo. O canal de conversação não é oficial, até porque existem algumas pessoas que lá estão que nem sequer têm nada a ver com os Diabos.

Explica o projecto Docdevil.

O símbolo dos DV é um tanto antigo, em que pouco ou nada se pode inovar. O Docdevil é uma ideia que surgiu e que vai ser explorada ao nível de material e coreografias. O Docdevil é um diabo que vai encarnar os vários estados de espírito que podemos ter. Já fizemos algum material em que o vestimos com o equipamento do Benfica e com calças de ganga atrás de umas grades. O Docdevil continuará a ser explorado nas suas variadas e potenciais vertentes. Será a nossa mascote, coisa que não existe até agora em nenhum grupo português.

Com toda a instabilidade vivida nos últimos tempos no clube, que peso tem uma claque com quase 20 anos de história?

As razões da tua pergunta vêm exactamente no sentido de nós começarmos a utilizar a expressão "o Benfica somos nós". Esta expressão não significa que os outros adeptos ou simpatizantes não o sejam, mas sim que nós encarnamos o verdadeiro espírito e alma benfiquista, quando vamos pelos estádios do país e Europa fora lutar por uma coisa que às vezes nem parece ter luta possível. Mas nós estamos lá, nos bons e nos maus momentos.

Muitas vezes existe a ideia para quem está de fora que existe um ódio profundo entre as claques e a culpa é atribuída aos responsáveis dos seus grupos. Como comentas ?

Eu posso falar por mim. Eu tenho uma relação de respeito com todos os líderes das várias claques. Tem de haver diálogo e saber lutar pelos interesses comuns, independentemente das cores que se veste. Um caso gritante é o preço dos bilhetes, e com os novos estádios para 2004 parece-me que esta realidade vai ser ainda pior. Isto vai-nos custar a todos, pelo que deve ser montada uma campanha concertada pelos vários grupos, no sentido de minorar esses preços.

Mas em concreto, o que se pensa fazer?

Já foram feitos vários protestos: os Diabos faltaram ao jogo do Varzim e a TV também já fez alguns protestos, mas tudo isto são acções individuais, não suficientemente visíveis. Importante seria por exemplo, numa determinada jornada, todos os grupos fazerem uma faixa ou algo no género. Isto não significa que tenhamos de nos dar todos bem, mas sim que nos sabemos unir em prol de um objectivo comum. Com o caminho que isto está a tomar, qualquer dia os adeptos estão fora do futebol. As pessoas ainda não se convenceram que nós estamos de um lado e todos os outros interesses estão do outro. Nós somos a raia miúda do futebol, e quanto mais fraccionados e pequeninos formos, menos força temos. Durante anos e anos, fomos nós que alimentamos o futebol e não podemos permitir que um grupo de engravatadinhos decida sem nos ouvir. Acho inacreditável o rumo que o futebol está a tomar.

Para quando uma associação de claques que possa reivindicar o que já disseste de uma forma oficial?

Para quando não sei. Não acho que seja necessário, até porque seria complicado encontrar uma liderança para essa associação. O que pode ser feito é existir um contacto, quer através de um congresso, ou no site Ultras12, ou até mesmo nas revistas ultras portuguesas, para se tomar uma atitude global.

domingo, 21 de junho de 2009

666


9 dias depois... eles "andem" aí!!

O Ultimo Derby na Velha Luz!


BENFICA 2 vs lagartos 2 - 15/12/2001


Foi o ultimo derby com a Catedral intacta. Os Diabos não quiseram deixar passar em claro esta situação preparando uma coreografia especial de despedida ao nosso grandioso Estádio da Luz. O derby deste ano teve um ambiente diferente ao seu redor, a expectativa era grande, pelo menos nas nossas hostes, a preparação da coreografia já tinha sido iniciada há cerca de um mês e meio, depois de ter sido equacionado o tipo de coreografia, consideramos o valor a gastar e o tipo de materiais para a realizar. No dia do jogo á hora marcada lá estavam os cerca de 40 membros da organização do grupo para preparar tudo, nada podia falhar. Cerca das 11 horas da manha entramos no estádio para colocar as faixas e todo o restante material: 3000 rolos de papel 1 lençol gigante 100 Kg de conffetis 10000 coletes plásticos vermelhos e brancos 18 balões gigantes e 10 botijas de hélio 6 lençóis de médias dimensões para formar a palavra D I A B O S Alem deste material não faltaram as habituais bandeiras e estandartes para compor o resto da bancada. Da parte da tarde, depois de tudo montado, foram chegando Diabos que se deslocaram um pouco de todo o país e até mesmo do estrangeiro para assistir ao derby, caso da nossa fiel Secção Luxemburgo. O pessoal foi-se juntando na sede até a hora da abertura das portas, altura em que a grande maioria dos Diabos entraram no Sector Ultras do Estádio da Luz. Cerca das 18 horas já o nosso sector estava completamente esgotado, foram cerca de 2000 o numero de Diabos e simpatizantes que ocuparam a curva norte da Luz dispostos a apoiar o Mágico até á exaustão. As horas que antecederam a entrada das equipas em campo foram fantásticas, foi um verdadeiro show de cânticos nas bancadas, foi um verdadeiro INFERNO DA LUZ. Uma hora antes do apito inicial começamos a distribuir os coletes que “vestiram” o primeiro e segundo anel da curva norte até á central, dando um colorido incrível ás bancadas.
Passado pouco tempo o nosso novo lençol gigante é aberto no sector, por baixo dele é preparada a primeira surpresa da noite... quando o lençol é recolhido surge a nova bandeira com o símbolo “anti-lagartos”. Outras surpresas se preparavam e não demorou muito a surgir a primeira frase do derby. Na parte superior da curva apareceu uma pauta musical com a inscrição “CAMPEÕES EUROPEUS” e na parte inferior “ESTA MUSICA NÃO TOCARAM OS 5 VIOLINOS”. A lagartada empolgou-se e respondeu com a falta de imaginação e falta de originalidade que os caracteriza, á resposta deles respondemos nós com um "PORQUE SERÁ?”; “...QUE NUNCA FICÁMOS 18 ANOS SEM GANHAR” entretanto dá-se a entrada das equipas para o aquecimento que foi saudada da seguinte forma: “ COM JOÃO PINTO E JARDEL O SPORTING É UM BORDEL”. O show de frases estava iniciado e continuou com: “ PORQUE SERÁ?” “QUE O JARDEL TEM UNS GRANDES CORNOS” e com “PORQUE SERÁ?” “ QUE O DIAS DA CUNHA ANDA A CHEIRAR O RABINHO AO PINTO DA COSTA”.




Iniciou-se o jogo com um grande espectáculo na curva norte da Luz, sobre os coletes e todas as bandeiras e estandartes, caíram do 3ºanel 100kg de conffetis e milhares de rolos de papel. Em redor do rectângulo de jogo um espectáculo pirotécnico fantástico, em suma: um verdadeiro inferno.


O apoio vocal continuou cada vez mais forte, o primeiro golo caiu como uma bomba, fazendo explodir de alegria um estádio completamente cheio. Ainda antes do intervalo com vantagem no marcador fizemos questão de lembrar que “PAULO SOUSA NUNCA MAIS” e com o apito para o descanso “ESTAMOS A GANHAR... HOW ARE YOU?”.




Já na segunda parte o apoio vocal não foi tão forte mas foi continuo. Ainda houve tempo de mostrar mais duas frases: “EM ITALIANO VOS DIZEMOS – GRAZIE MILAN” e “CORAÇÃO DE MILÃO”. Quando a vitória parecia garantida acontece um penalty, que ainda hoje estamos para perceber, como(?!) galvanizados com a benesse os lagartos chegam ao empate e dali a pouco tempo é o final do jogo. É pena que a nossa festa tenha sido, assim, estragada por esse Sr vestido de amarelo, mas também é algo, a que infelizmente, nos temos habituado ultimamente. Nós, Diabos, como claque, ficámos orgulhosos e satisfeitos pelo apoio prestado ao nosso clube do coração e pelo espectáculo coreografico realizado.




Demonstrámos uma vez mais a nossa dedicação e fidelidade. Agradecemos a todos os Diabos que estiveram presentes e participaram em mais um dia da nossa grandiosa história. Agradecemos aos nossos amigos ESPAÑOL FANS pela sua presença e apoio.

domingo, 14 de junho de 2009

Um Dia Quase Perfeito!


BENFICA 0 vs Lázio 1 - 27/08/2003 - Estadio do Bessa


Quando se soube que o jogo com a Lázio seria no Estádio do Bessa a uma 4ºfeira, a 600 km´s de casa e depois de uma derrota por 3-1 no jogo da primeira mão, pensámos (Direcção DV82) que muito dificilmente levariamos os 3 autocarros que uma semana antes nos tinha levado até ao mesmo local para o jogo com o Boavista.Com a abertura das inscrições podemos rapidamente constatar que isso não iria acontecer, antes pelo contrário, a certa altura começamos a ficar "enrascados" para arranjar mais autocarros para levar o pessoal até ao jogo.Dos 700 bilhetes disponibilizados nem 1 sobrou. Os Diabos viajaram em 6 autocarros acompanhados por dezenas de carros e carrinhas que partiram de Lisboa, uns mais cedo outros mais tarde devido aos empregos, todos nos encontrámos para apoiar a equipa que amamos.A viagem decorreu com alguns precalços, desde alguns acidentes na A1 até a cortes de via de tudo um pouco se passou, o que fez com que a nossa chegada ao porto fosse cerca de 2 horas mais tarde do que inicialmente esperado.Á chegada dos nossos autocarros ao local da concentração podemos constatar que lá estavam tantos ou mais Diabos dos que tinham viajado de Lisboa.Seguimos então até as imediações do Bessa onde fomos em cortejo até ao Estádio com um numero impressionante de Diabos.A entrada no Estádio decorreu sem problemas e até a tão apregoada, através do site e de telefonemas, espera que nos iam fazer não aconteceu!! e ainda bem!Não conseguimos entender como a policia nos proibe de entrar com os tubos de pvc das bandeiras e estandartes e depois estão bandeiras dentro do estádio!!!!!!!!Quando os ultimos Diabos entraram no estádio faltavam apenas cerca de 10 minutos para o inicio da partida e já nessa altura o apoio era fortissimo.Na entrada das equipas colorimos a bancada com 2000 balõs vermelhos e com alguns Kilos de conffettis que pouco efeito deram.O apoio foi muito forte desde o inicio até ao 28º minuto em que o ambiente gelou com o golo da Lázio e que comprometia as nossas aspirações. Depois de recompostos o apoio continuou, não tão forte mas continuou.Durante a primeira parte exibimos uma frase que dizia "IN PORTOGALLO LECCACULLI SI DICE S.D.", o que traduzido significa "EM PORTUGAL LAMBE-CUS DIZ-SE S.D." e com a chegada do intervalo exibimos uma frase de protesto contra o preço excessivo dos bilhetes, "15 DIAS, 4 JOGOS, 125€ SÓ EM BILHETES".Com o inicio da segunda parte recomeçou o nosso apoio á equipa que se mostrou insuficiente para a galvanizar para a vitória. Com o aproximar do final da partida e vendo que já não havia qualquer hipotese de qualificação parece que o pessoal se libertou dos nervos e arrancou para um apoio continuo e cada vez mais forte. Faltavam 10 minutos para o final quando iniciámos um cantico que expontanamente durou até ao apito do arbitro e seguiu-se até a troca de camisolas dos jogadores e depois até ao agradecimento e á saida dos nossos jogadores... depois continuou até á saida do publico do estádio que nos olhava e que devia pensar "mas eles acham que o Benfica ganhou?!!"... e continuou incessantemente até ao apagar das luzes do estádio e por ai adiante até á nossa saida da bancada.Foi indescritivél o que se passou naquela bancada naquele momento, os Diabos presentes cantavam e olhavam uns para os outros a sorrir e a achar que aquilo seria "anormal", mas continuavamos a incentirvar-nos uns aos outros.Foi excelente o que ali se passou e o que se sentiu e se transmitiu uns aos outros, unidade e força, pura mentalidade... mentalidade de Diabo, mentalidade Ultra.

sábado, 13 de junho de 2009

A FAMILIA


Entrar num Grupo Ultra pode ser uma opção consciente para alguns de nós ou pode, pura e simplesmente, acontecer só porque sim.

Esta opção revela-se para muitos como um ultimo reduto naquilo que são coisas nas quais acreditar. Achas isto demasiado radical? Pois eu passo a fundamentar a minha afirmação.


Numa sociedade/estado que de há alguns anos para cá se revela uma sociedade egoista, egocentrica, incapaz de criar reais laços de união entre as pessoas são as pessoas que acabam por criar os seus Grupos "marginais" aos olhos dos ditos normais.

Numa sociedade onde pedofilos, corruptos, vigaristas, mafias "legais" e demais gente bem vista e bem vestida governa os destinos de um povo. Numa sociedade onde a escola nem sequer ensina, muito menos educa. Numa sociedade onde a religião te leva a guerras denominadas de "santas" e ainda te cobra a dizima... Onde se vai um jovem "agarrar"?


Acreditei durante anos que um GRUPO, com letra grande, se pode substituir a todas estas coisas. Acreditei sempre que aquilo que te falta na sociedade normal te pode ser "dado" de certa forma, pela comunhão de um ideal e de uma forma de estar. Acreditei que as dificuldades do dia-a-dia podem ser superadas com a ajuda dos teus amigos, os teus irmãos, os teus camaradas de Curva.

Muitos de nós tivemos o previlégio de viver os anos de ouro da nossa Familia, grande, unida, numerosa. Durante esse tempo desenvolvemos formas de agir, formas de comunicar, formas de apoiar envoltas numa magia inigualavel. Podia até ser melhor em outros Grupos, igual não era de certeza pois eramos UNICOS.


O Domingo passou a ser 7 dias por semana, dia a dia, hora a hora, havia sempre algo a fazer, algo a preparar e mesmo quando não havia algo se inventava.

Viver uns para os outros, administrar o nosso funcionamento de forma a facilitar todos os nossos movimentos. Criar formas de superar as dificuldades que nos tentavam deter, era a nossa luta diaria.


Bilhetes caros, tornavam-se baratos. Viagens longas, tornavam-se curtas. Uma sandes dava para 3 ou 6. Uma cerveja nunca faltava e um masso de tabaco dava para um autocarro inteiro.

Aniversarios, casamentos ou funerais eram vividos de forma unica. Todas as semanas havia um jantar em casa de alguem, ou no bairro de outrem.


Isto não é utopia, isto não é irreal, isto era a nossa realidade durante muito tempo. So por memoria fraca, inveja ou sabe-se lá porque se pode por isto em causa. Talvez nunca tenham mesmo feito parte da Familia.


Quando um Grupo chega a este ponto, quando um Grupo se consegue fechar e depender apenas e só de si, pode considerar ter chegado ao ponto fulcral da solidariedade entre os seus membros. Quando um Grupo esta aqui, esta no topo da comunhão e tudo o resto que poderá faltar virá por acrescimo... ou não.


Como em tudo não ha bela sem senão. Vaidades pessoais, negocios, dependencias financeiras ou de imagem, vontade de estar mais alto, a necessidade de pisar os outros. Tudo isso pode subverter completamente aquilo pelo qual alguns lutam enquanto os outros lucram com isso. É nessa altura que o Grupo ou se deixa corromper e se verga aos interesses da sociedade/estado que o marginaliza, ou ataca e expulsa o cancro que o tenta corromper.


Todas as Familias tem as suas "ovelhas negras" mal das Familias em que as "ovelhas negras" dominam. O estado das coisas está a vista.


A questão é simples. Quando nasces não escolhes a Familia onde isso acontece mas quando estas no teu Grupo, podes sentir que fazes parte da Familia e essa Familia foi a tua escolha e é pelas tuas escolhas que deves lutar. Lutar por ti, lutar pelos teus, lutar por um ideal.

O que tem isto a ver com um Grupo Ultra? Com o teu não sei, com o meu tem tudo. No meu Grupo Ultra conseguiamos ter tudo de uns para os outros e ainda apoiavamos como ninguem o maior clube do mundo.

Hoje duvido que o faças, conheço as ovelhas como ninguem, e o apoio... esse não se ouve.

Alem disso para apoiar podes estar em qualquer local do estadio mas para ser UM DE NÓS para fazer parte da FAMILIA só ha uma forma!!!

quarta-feira, 10 de junho de 2009

ONDE É QUE ESTAVAS EM AGOSTO DE 2002??!!



Viagem a Palermo - Inter vs Benfica

Aug 20, 2002

Autor: Direcção DV1982
Inter de Milão vs Benfica
Sicília – Itália


O Benfica marcou o primeiro “teste a sério” da pré época para Itália, o que foi logo um bom motivo para os Diabos marcarem presença. Ir a pátria do Tifo é sempre uma viagem aliciante, para mais num jogo com o Inter de Milão.A partida de Lisboa foi na Quarta feira á noite (17/07), eram cerca das 23 horas quando nos fizemos á estrada.A comitiva foi composta por 9 Diabos, o destino, Palermo na Ilha de Sicília bem no fundo de Itália, para terem uma ideia exacta de onde fica, podemos adiantar que esta Ilha é aquela que fica bem na frente da biqueira da “bota”.A distancia a percorrer prevista, depois de consultar muitos mapas, seriam cerca de 3300 Km´s de carro para cada lado.A primeira noite foi sempre a andar, com pequenas paragens para reabastecer a carrinha e o estômago. De manha, chegámos a Barcelona, local onde estava prevista a primeira paragem, onde nos encontrámos com um grande amigo Ultra do Español, depois de almoço, decidimos passar a tarde naquela cidade, de onde saímos já cerca das 24 horas depois de jantar.Mais uma noite a rolar, nessa noite atravessámos todo o Sul de França, passamos a fronteira para Itália de manha bem cedo, onde pela primeira vez na viagem “levámos” com os carabinieri que fizeram questão de controlar toda a nossa documentação.A viagem corria bem e o tempo era de sobra, em apenas dia e meio chegámos a Itália, faltavam apenas cerca de 800 Km´s para chegar a Reggio Calabria e daí, cerca de 500 até Palermo.Decidimos ir até Florença, onde fomos almoçar em frente ao Artémio Franchi, estádio da Fiorentina. Uma fotografia do Grande Rui Costa que estava nesse restaurante motivou uma conversa com os empregados e proprietários do restaurante, que nos questionaram acerca do nosso destino, ao que nós respondemos.Não sei se foi bom ou mau, o que sei é que aquilo que estava a ser excelente, passou, de repente, a ser um possível pesadelo... Tínhamos previsto atravessar do continente Italiano para a Ilha através de uma ponte que afinal não já não existia... solução?!!! Ir a uma agencia de viagens, marcar a viagem de barco até lá.Até aí menos mau... o pior foi quando o Sr. da agencia nos disse que tínhamos barco no dia seguinte (Sábado) ás 16 horas, em Nápoles, e que a viagem de 9 pessoas com a carrinha no ferry boat custaria 2000 euros, ou seja 400 contos!!!!!Por instantes equacionamos a hipótese de voltar a Lisboa... morrer na praia??!!! Fizemos contas á vida, durante cerca de 2 horas falámos e pensámos nas mais diversas hipóteses para chegar ao nosso destino, sempre com o fantasma do regresso a Lisboa por perto, o valor da viagem era o nosso principal inimigo. Quando decidimos juntar todo o dinheiro necessário para prosseguir viagem, eis que surge uma nova dificuldade... nenhum multibanco na cidade de Florença funcionava... faltavam cerca de 30 minutos para fechar o centro de reservas para o ferry, e nós ali, sem saber o que fazer.Foram vários os telefonemas que fizemos para Lisboa, para que alguém nos ajudasse a resolver a situação, mas não houve remédio possível, não tínhamos dinheiro para sair dali e nesta altura já tínhamos outro problema, os bilhetes para o ferry boat já tinham sido emitidos com o nosso nome e nós tínhamos que os pagar... ficámos de voltar na manha seguinte com o dinheiro, e procurámos um sitio para jantar. Depois de jantar e de dar uma volta por Florença fomos dormir numa pensão que foi atacada por volta das 4 da manha por uma grande nuvem de neve carbónica, vulgo pó de extintor, ... o que é que se há-de fazer? No outro dia de manha voltámos a agencia de viagens... sem dinheiro... foi ai que um “anjo milagroso” desceu á terra e num acesso de boa vontade o dono da agencia disse: “levem os bilhetes e pagam quando voltarem” ... nem acreditamos no que ouvimos, tenho a certeza absoluta que em Portugal, numa situação idêntica, ninguém nos faria o mesmo.Arrancámos que nem uns doidos em direcção a Nápoles, tínhamos que lá estar antes das 16 horas para poder embarcar, chegámos a Nápoles e na retina ficam uns cartazes dos VECCHI LIONS, claque do Nápoles, que estavam colados por toda a cidade, tal e qual os cartazes dos partidos políticos. Por fim, lá embarcámos, tínhamos agora 2755 Km´s de barco pela frente, cerca de 5 ou 6 horas de viagem.Desembarcámos na Sicília cerca das 22 horas de Sábado, aquilo é um ambiente completamente diferente da Europa, se quisesse descrever a minha reacção quando lá cheguei, não sei se o conseguia, acho mesmo que só visto.Mais uma noite de stress, cheios de fome, sem dinheiro para comer grande coisa, nem para dormir, pois continuávamos com problemas nos cartões multibanco. Só depois de muito pensar e procurar locais para comer e dormir dentro das nossas possibilidades, conseguimos ir descansar já por volta das 2 horas da manha.Domingo, dia do jogo, a primeira coisa que fizemos foi ir ao hotel onde estavam os jogadores, se alguns de nós tinham a ideia e a esperança que eles nos iriam ajudar a resolver a situação, depressa perderam a esperança, poucos ou “pouco” foi aquele que se preocupou e quis ajudar-nos.Depois de comer qualquer coisa na praia de Mondelo, lá fomos nós para a zona do estádio.È na zona do estádio que se começa a sentir aquele ambiente que nos faz esquecer as adversidades da viagem, depois de muitos Italianos nos chamarem malucos e doidos por termos viajado como viajámos para ver um jogo a feijões, lá entrámos no estádio, escoltados pela policia local.Depois da faixa colocada, muitos italianos vieram falar connosco, a reacção era sempre a mesma... VOCES SÃO LOUCOS... era o que quase todos diziam.Quando os primeiros jogadores do Benfica, subiram ao relvado, para o aquecimento, a empatia entre eles e nós fez parecer que eles nem eram as mesmas pessoas que se tinham recusado, há poucas horas atrás, a ajudar 9 “gajos das claques” que tinham ido passear a Itália.... em relação a isto não quero fazer mais comentários, senão algum jornal ainda vai fazer noticia disto (LOL).Durante todo o jogo o nosso apoio foi constante e o possível no meio de cerca de 14000 Italianos, mais tarde vi o jogo na televisão e pude, orgulhosamente, constatar que nos fizemos ouvir.

Pouco depois do intervalo um grupo de elementos da claque do Palermo, WARRIORS ULTRAS, juntaram-se a nós e durante a segunda parte convivemos com eles, falando das experiências de cada um de nós em cada um dos nossos grupos.Depois do jogo, voltámos ao hotel dos jogadores, onde mais uma vez, alguns deles, ao saírem do autocarro, connosco ali mesmo ao lado, baixaram a cabeça, pura e simplesmente ignorando a nossa presença... mais uma vez “marcaram pontos”!!!Na manha seguinte, apanhámos o barco de regresso a Nápoles, mais 6 horas de mar pela frente, desembarcámos por volta da hora de almoço, e seguimos direitinhos a Roma, a cidade eterna....


...chegados a Roma, percorremos uma via rápida que nos levou até ao Vaticano..., ao percorrer as ruas daquela cidade, é impossível ficar indiferente á quantidade de pinturas e de outros sinais dos tiffossi romanos. Parece-me que não passámos por uma única rua que não tivesse uma bandeira “gialorossa” pendurada numa janela, ou um orgulhoso “ROMA MERDA” a spray “biancoblú” numa parede qualquer.Se há quem diga que ir a Roma e não ver o Papa é pecado, para nós Ultras, ir a Roma e não ver um Derby é um sacrilégio... sacrilégio este minimizado, apenas, com uma visita a umas das diversas lojas que os IRRIDUCIBILI da Lázio, tem na cidade.Depois de um passeio e de algumas fotos lá nos fizemos ao caminho. Direitos a Florença, onde chegámos por volta da meia noite, dirigimo-nos á agencia de viagens, convencidíssimos que já estaria fechada, mas não... o dono esperava e desesperava pelo nosso regresso com a “guita” na mão. Depois da confiança que depositou em nós, também não merecia levar uma bela banhada “á portuga”.Depois de tudo resolvido em relação ao pagamento das viagens, demos uma volta pelo centro histórico de Florença, seguindo entretanto viagem.Próximo destino: Turim. Noite toda a rolar, sempre a andar, km´s e km´s de alcatrão... não sei bem que horas eram, sei que parámos em Génova, junto ao LUIGI FERRARIS, estádio da SAMPDORIA e do GÉNOVA, para a foto da praxe, isto a altas horas da madrugada, voltámos a parar, horas mais tarde numa área de serviço a cerca de 100 km´s de Turim, onde ficámos a dormir umas horas. Acordámos de manha, um pequeno almoço á pressa e lá fomos nós a procura do DELL´ALPI.Depois de mais umas quantas fotos junto ao estádio, seguimos para um pequeno “templo ultra”, propriedade de uns velhos conhecidos, que existe naquela cidade e onde se pode comprar material de quase todos os Grupos Ultra de Itália. Depois de um almoço, cerca das 16 horas de Terça feira, lá nos agarrámos de novo ao volante.Foram cerca de 2000 km´s seguidos de Turim até Portugal, a maior festa é quando em Badajoz, por volta das 13 horas de 4ª feira, se vê a placa que nos indica “CASA”.Depois de entrarmos em Portugal, fomos até ao Redondo, para um belo jantar á alentejana com o pessoal do núcleo dos Diabos daquela terra... grande ambiente, grande almoço, grandes mergulhos na barragem pela tarde fora e grande lanche de despedida... ENFIM ... SÃO OS DIABOS!!!Já próximo do anoitecer seguimos para Lisboa onde chegámos perto das 23 horas...Ficam as memórias... as BOAS e as MÁS.Lá por alguns não merecerem, a camisola vermelha e o símbolo da águia, pode contar sempre com a nossa presença e com o nosso apoio... afinal de contas BENFICA SOMOS NÓS!!!PARABENS AOS 9 MAGNIFICOS

terça-feira, 9 de junho de 2009

DOC DEVIL - A mascote.


A ideia já tinha algum tempo, mas a falta de jeito para o desenho e a falta de disponibilidade de alguem que soubesse desenhar para desenvolver a ideia foi adiando o projecto.


No jogo de apresentação da época 2001-2002 tivemos então a hipotese de mostrar ao mundo o DOC DEVIL.
Depois dos jogadores do plantel e os reforços da época terem sido apresentados, eis que no Sector Ultra surge o nosso reforço da época, a custo zero, e com grande dose de amor á camisola.
Equipado á Benfica, "percorreu" a passadeira vermelha até ao relvado da Luz.

Qual era a ideia e o proposito?
Alem de fazer algo inovador em Portugal, algo que nunca tinha existido e sendo o simbolo do Grupo um simbolo estilizado, estático, sem hipotese de mostrar qualquer tipo de emoção, a ideia era criar um personagem que tivesse a ver com o Grupo, que fosse facilmente desenhado, por quem sabe, tendo traços basicos e simples.
A partir desse personagem podiamos explorar ideias, fossem elas para coreografias, fosse para fazer material da claque.



Tudo aquilo que foi feito tanto a nivel de material de apoio, bandeiras estandartes, como de merchandise, t-shirts, cachecois etc e principalmente a nivel coreografico não teria dado a hipotese de tanta criatividade se uma personagem como esta, mesmo não sendo esta, não existisse.
A criação do Doc Devil deu amplitude a varias ideias que se calhar não tinham forma de ver a luz do dia se não tivessem algo onde "encarnar".

O Doc Devil nunca teve como função eliminar o simbolo do Grupo, a identidade do Grupo sempre se manteve com a utilização do chamado "Simbolo Oficial" mas o que tinha surgido era apenas e só uma "mascote".

Terá sido uma má ideia? Talvez sim então QUEIMA-SE o gajo!!
Deviam ter-se lembrado era daquela frase: "O UNICO FOGO QUE NOS CONSOME É TER NA ALMA A CHAMA IMENSA"

ALGUMAS IDEIAS CONCRETIZADAS:

Doc Devil - Diabos Alentejo - Existiu em t shirts.
Campanha de manutenção da secção de Hoquei do Sport Lisboa e Benfica, quando a Direcção do clube queria acabar com a modalidade.
Este desenho existiu em t shirts que foram vendidas no intuito de dar os lucros á secção de Hoquei.
T-shirts para o nucleo RAMS - Madeira.

Desenho utilizado em t shirts e diverso material de bancada.

PROJECTOS NUNCA CONCRETIZADOS:
(Alguns destes desenhos estou a mostrar pela primeira vez)
Desenho pensado para fazer uma coreografia na inauguração da nova Luz.
Desenho para a união dos nucleos Algarvios.
Desenho para uma t shirt nunca feita:

Desenho pensado para uma coreografia onde o Doc surgia junto dos principais monumentos de Lisboa. Alem deste com o Cristo Rei existe outro com a Sé de Lisboa e outros mais...

segunda-feira, 8 de junho de 2009

O PORQUÊ DAS COISAS - PARTE 2 - "Connosco quem quiser; Contra nós quem puder!!"

Época 92/93 em tempo de eleições para a Direcção do Sport Lisboa e Benfica.
Candidatos? Jorge de Brito e Alexandre Alves, o homem dos "ares condicionados" Fnac.

Tempo de eleições, altura mais que oportuna para se apoiar devidamente as claques do clube, aquelas mesmas que são esquecidas durantes meses e anos, mas que na altura da campanha são sempre um braço importante. Curioso, será por isso que no visor do meu telemovel aparecem numeros de pessoas com quem eu não tinha contacto ha mais de 3 anos?!! Adiante, isto é apenas um aparte sem importancia.

Voltando á parte dos apoios ás claques... viagem a Barcelona, Taça dos Campeões Europeus, aquela que só os CAMPEÕES podiam ganhar, carrinha oferecida por um apoiante de uma candidatura, bilhetes oferecidos por outro, dinheiro para o gasoleo por outro e esta feito. Não obstante a tanta oferta a minha viagem custou-me 16 contos, 80 euros nos dias que correm. Um preço aleatorio segundo me contou o meu companheiro de viagem da divisão magica de Odivelas. Ah já me esquecia paguei 12 contos pelo bilhete...

Adiante. Lá nos fizemos á estrada, muita estrada, muitas peripécias, muitas historias para contar. Chegádos a Barcelona lá fomos até ao estadio para ver o que se passava por ali, aquela hora da manha, nada ainda.

Uma voltinha no El Corte Ingles revelou-se um passo importantissimo na filosofia adoptada e na historia do Grupo. Junto ás caixas registadoras onde se pagavam os tacos de baseball que alguns se puderam dar ao luxo de comprar, estava um normal expositor de porta chaves, um deles se destaca pelos seus dizeres. Na frente, a circular uma caveira num fundo preto lia-se PATRIA OU MUERTE - PRIMERA LINEA. Atrás fundo vermelho, letra dourada a circular uma mão, assim rezava: CON NOSOTROS QUIEN QUIERA... CONTRA NOSOTROS QUIEN PUEDA... era mesmo aquilo, estava dado o mote.

Para um Grupo que tinha ha poucos meses sofrido uma cisão, para um Grupo que passou a contar com meia duzia de seguidores, para um Grupo que quase tudo perdeu, encontrar aquele lema revelou-se montar um verdadeiro cavalo de batalha.

Foi assim e a partir desse dia, e dessa viagem, que se adoptou o lema principal dos Diabos. CONNOSCO QUEM QUISER, CONTRA NÓS QUEM PUDER.

Fechar o Grupo, definir objectivos, ver quem quer estar, quem quer fazer algo e não dar demasiada importancia ao que nos tenta afectar vindo de fora são as opções tomadas.

Foi dentro deste espirito e com muito sacrificio que o Grupo se manteve numa travessia do deserto que durou umas épocas. Poucos mas... amigos ou pelo menos unidos em torno de um ideal era o que fazia toda a diferença.

Dai a diante tudo podia acontecer, e aconteceu mesmo.

domingo, 7 de junho de 2009

O PORQUÊ DAS COISAS - PARTE 1 - "Demasiado fiéis para desistir!!"


A umas semanas do final da época 96/97 jogou-se no pavilhão da Luz, da velhinha Luz, uma partida de hoquei frente ao fcp que viria a ficar marcada na memória de alguns.
O verão de 1997 foi particularmente conturbado para quem teimou não desistir.
Procurar uma nova sede, fora do estadio, mudar todo o material que tinhamos, fazer frente ás calunias, defender o nome dos Diabos, tudo se revelou uma luta á qual resistimos com as principais armas que o nosso Grupo tinha: A Amizade, a preserverança, a teimosia e o orgulho.
Em Agosto, ao contrario do que muitos acreditavam, os DV marcaram presença no inicio da epoca 97/98.
Nesse dia foi lançado o Nº3 da nossa fanzine "Sector Ultras" e a capa tinha escrito a frase que serviu de mote para se ultrapassar uma fase bastante sensivel. DEMASIADO FIÉIS PARA DESISTIR.



Assim rezava igualmente, o titulo do editorial da fanzine. A gravidade de diversos acontecimentos e a forma como eles teriam sido resolvidos pela Direcção do SLB, mereceu duras criticas por parte do Grupo. Apontar o dedo, denunciar calunias, e principalmente fazer uma declaração de intenções para o rumo do Grupo: NÃO DESISTIR.


Foi desta forma e por este motivo que se adoptou mais um lema na vida do Grupo. Nada no seio da "Familia" aparecia por acaso, sempre existiu um "porquê", sempre houve um motivo, uma historia, uma razão para o "porquê das coisas".

A cada passo que um Grupo dá, a cada adversidade que se lhe atravesse, deverá um Grupo agir com unidade e determinação, procurar novas formas de combate para levar em frente os seus ideais. A ausencia de ideais, a ausencia de ideias, e até a ausencia de legitimidade e de moral são impedimentos "invisiveis" mas que se notam e de que maneira no rumo a seguir ou na falta dele.

Conhecer a historia, saber o porquê das coisas, pode ajudar a não (ab)usar de um lema com 12 anos criado para defender uma identidade e uma vontade que hoje não é com toda a certeza a mesma. Alias o facto de se recorrer a algumas coisas do passado mostra gritante falta de capacidade para gerar novas ideias e definir um rumo.

Tanto se diz que o passado passou, já foi, acabou, não merece respeito. Como se "invoca" o passado em vão sem conhecer os detalhes do "PORQUÊ DAS COISAS". O mal não esta em fazer uso do passado, o mal esta adaptar esse uso aquilo que nos convem.

Quem não respeita o passado é incapaz de contruir um futuro.

Teste


Enquanto aprendo a trabalhar com este blog, alguem vai ter que se sujeitar a ver os meus testes... aguente-se!


Ele Ha Coisas dos DIABOS!!

Quantas vezes cada um de nós usa esta expressão?
Quantas vezes cada um de nós procura explicação para algo que não sabemos de ondem vem nem como surgem certas coisas?
Este espaço servirá para que eu proprio não me esqueça de que realmente Há coisas dos DIABOS e que essas coisas nasceram, cresceram, desenvolveram-se e fazem parte de algo. Mais do que um espaço para leitura de quem o queira ler, este será um espaço de "despejo" de informação, tipo, um armazem de ideias onde espero passar um bom tempo.