sábado, 6 de fevereiro de 2010

De Tudo Um Pouco!




Não sou daquele género de pessoas que sente necessidade de ver o Benfica a ganhar para me sentir mais orgulhoso da história e da grandeza das camisolas berrantes. Respeito quem sente essa necessidade e se empolga com as vitórias, como é óbvio eu não lhes fico indiferente, mas para andar de cabeça erguida enquanto Benfiquista basta-me a sensação de dever cumprido e ver aquela camisola suada e honrada.
Poderá parecer demasiado fácil falar sobre este assunto quando estamos em primeiro lugar da liga, quando temos mais gente no estádio frente ao Leiria a um dia de semana, do que num jogo entre o fêcêpê e o sportem a decidir um possível vencedor antecipado da Taça.
Poderá parecer fácil dizer isto quando temos um ataque avassalador e uma defesa segura. Quando se joga o melhor futebol da liga e por ai adiante.
Mas não é apenas isso, é que eu sou daqueles que fez a “travessia do deserto” naquelas épocas em que o Benfica nada ganhou, pouco jogou e tinha o estádio (quase) vazio. E mesmo nessa altura, mais que a necessidade de resultados, o que me preocupava era a defesa do bom-nome e da honra da instituição.
Esta introdução é feita numa altura, em que num Portugal há muito perdido entre desgovernos da esquerda á direita, em que escutas onde tudo se ouve de nada valem, onde ministros e seus comparsas definem estratégias para roubar o povo e para controlar a comunicação social sem que nada lhes aconteça. Temos é que nos preocupar com os túneis e com o que neles se passa.
As manifestações na Baixa de Lisboa que agora tenho a possibilidade de ver constantemente, não passam de festivais da canção de rua.
O “mexilhão” é despedido, roubado e fica sem comer, mas em vez de rabear e esbracejar, vem para a rua cantar e fazer uma espécie de concurso do sindicato ou da escola mais afinada. Atrás dos vidros duplos dos gabinetes da Praça do Comércio nada se ouve, as gargantas afinadas não chegam lá. É necessária outra estratégia.
Entretanto há que entreter o povo, nada melhor para isso que o futebol, nesse contexto nada melhor que o maior clube do Mundo: O BENFICA.
Falando então do BENFICA e só do BENFICA e tendo como objectivo a vitoria do campeonato deste ano é deveras importante ter atenção á destabilização que nos tentam lançar a toda a hora com a conivência das autoridades, instituições desportivas, ministérios etc.
Ver jogadores do fêcêpê a pontapear as laterais do túnel da Luz é um mal menor, quando poucos minutos depois se vê um frenesim daqueles, com a maior tranquilidade das autoridades presentes, a assistirem a pontapés e murros sem que uma única detenção seja efectuada. Aposto que as biqueiradas que o “stward” da Luz levou devem ter feito maior mossa que o “aperto de gasganete” que aquele adepto do Benfica de Gaia, se não estou em erro, deu no fiscal de linha na época passada. Mas a justiça apressa-se mais nuns casos que noutros, dependendo dos intervenientes e do seu estatuto.
O presidente do Braga está em brasa. Não por estar preocupado sobre a hipotética tentativa de “incentivo” á equipa do Leixões com o pagamento de 50 mil euros. Sim, porque sobre esse assunto ele não sabe nada. Terão que perguntar por isso ao tal empresário bracarense, que a troco de nada e apenas e só pela sua estrema devoção ao emblema minhoto decidiu abrir cordões a bolsa, mais uma vez, a troco de nada. Sim porque ele nada tem a ver com o dirigismo do clube.
O que preocupa realmente é o facto do Benfica ter pedido a antecipação do jogo com o Leiria, para ficar á frente do campeonato e com um jogo a mais. Mas o número de jornadas não é o mesmo para todas as equipas inscritas?!!! Onde esta o problema? Pontuar mais cedo dá mais pontos? Aliás, olhando para as tabelas classificativas de outros campeonatos europeus pode ver-se que, pelo menos, Inglaterra, Itália, França e Alemanha tem campeonatos onde algumas equipas já tem mais jogos disputados que outras.
Já dali do outro lado da segunda circular, voltamos ao dito por não dito e afinal não foram prometidos assim tantos bilhetes para os adeptos Benfiquistas em “troca” da antecipação do jogo. Aos intervenientes do acordo só tenho a dizer: “Mentir é feio” e alguém esta de certeza a mentir.
Voltando 2 semanas atrás, foi com muita saudade que vi o jogo de solidariedade que se disputou na Luz. Só um clube com a grandeza do Benfica poderia conseguir o que ali se passou.
Tal como disse o Mister Toni no final do jogo “Esta Noite Puxei o Filme Para Trás”, também eu o fiz.
A cada substituição, uma exclamação da minha parte “Xii, Olha quem ele é!!”. A cada exclamação uma pergunta do Benfiquista mais novo, “Quem é, Pai?”. Excelente exercício que me foi proposto. Como eu costumava dizer “Bola? Não percebo muito. Eu é mais bancada!!” E foi nesse espírito que revivi cada momento passado com cada um daqueles jogadores que vestiram a camisola da Luz.
Não precisei de explicar quem era o Rui Costa nem o Quim ou o Luisão, mas tive que exercitar a memória para explicar que aquele que caiu cada vez que tocou na bola foi um excelente jogador no Benfica, e que chegou a marcar 33 golos em 33 jogos, mas para mim a recordação que com mais carinho guardei, foi a sua entrada na antiga sede, na Rampa 4 da velha Luz, a dizer a alto e bom som “OLHA A MINHA CLAQUE”.
Ver o Valdo no relvado, fez-me lembrar a Roma e com isso uma das primeiras vezes que vi um Grupo Ultra na sua mais pura essência. Foi a 3 de Outubro de 1990.
Recordações a magote que guardo com orgulho e felicidade, e que possivelmente desenvolverei neste blog em textos futuros.
Haja tempo e saúde.

1 comentário:

  1. Para mim "Benfica somos nós", aqueles que procuram marcar presença na catedral sendo mais um para ajudar a humilhar os adversários por mais que não seja mostrando a nossa grandeza e viver a mística que nos é característica.

    Lameira viveu momentos ao lado do Benfica dos quais tenho inveja de não ter oportunidade para tal, também passou por outros menos felizes mas esteve lá para as coisas se inverterem o que ainda tem mais valor.
    Parabéns por isso.

    Glorious Revolution

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