Memórias (Continuação)

Sábado (Turim).
Logo de manhã fomos ao Del Alpi para comprar bilhetes para o jogo, mas as bilheteiras ainda estavam fechadas.
Dirigimo-nos para a loja de Turim, em todas as paredes da cidade, principalmente junto aos estádio (Del Alpi e Comunale), se podem ver grafitis dos grupos Granata e Bianconeri. Todos eles refletem um odio extremo entre ambos e todas aquelas ruas me fizeram pensar nas "batalhas" já ali ocorridas.
Loo a seguir ao almoço saimos da loja para o estádio.
Cerca de 3 horas antes do jogo já os parques estavam cheios de autocarros provenientes de varios pontos do pais, onde transportavam os "juventus clubs" das cidades vizinhas, grupos de pessoas jogavam a bola ou comiam e bebiam para fazer passar o tempo.
Entretanto entrámos para o estadio e a primeira coisa foi escolher um bom lugar para assistir ao... desempenho das claques!!!
Enquanto não começava o jogo podia assistir-se a um jogo entre os "putos" da escola da Juve ou as entrevistas que eram transmitidas, em directo nos ecras gigantes do estadio, por um circuito fechado de televisão.
Na apresentaão das equipas alguem que estava no meio do campo de micro a mão levou ao rubro as bancadas ao anunciar "o nº6...vindo de terras de Coimbra...Paulo..." ao que o publico respondeu em delirio "Sousa" e tambem "Gianluca...", "Vialli" que juntamente com o portugues forma a dupla coqueluche de Turim.
Durante todo o jogo, toda a Curva cantou e vibrou com o jogo incessantemente e o unico jogador que mereceu um cantico vindo da "Curva Scirea" foi Paulo Sousa.
Atenção, a bandeira portuguesa esta sempre presente na curva e o jogador até já coreografias mereceu.
Quando tentámos falar com alguem da Drughi para uma entrevista a resposta imediata "Non parliamo con giornalisti", "Siamo tutti mussolini".
Ok, não ha nada a fazer...

Domingo (Novamente Milão)
Após mais uma noite a dormir no carro as forças já começavam a faltar... mas para mais um jogo arranja-se sempre qualquer coisa.
Ás 10 horas da manha, já o estadio de San Siro estava a começar a ficar repleto de carros. Depois de uma volta pelas bancas para mais umas compras, e de uma fatia de pizza e uma cerveja, fomos assistir a chegada do "Colletivo", preparado muito cuidadosamente pelos policiais italianos.
Por volta das 14 horas, como combinado, fomos ao bar na Curva Norte do estadio onde nos iamos encontrar com o Max e o Caravita. Chegámos lá demos nas vistas pois todos se conheciam e a nós não, alem disso deveriamos ser os mais novos que ali estavamos porque a media de idades nos grupos da curva norte deve rondar, no minimo, os 25 anos.
Quando o Max chegou com o Caravita lá nos apresentou a alguns elementos do "Gruppo Queen" grupo este que é composto pelos membros mais activos da curva, ou seja pelos que lideram canticos, coreografias etc. Foi com o "Grupo Queen" que entramos no estadio, uma vez la dentro fomos para um sitio ao lado da curva para podermos filmar e fotografar á vontade.
Com o inicio do jogo, os Boys S.A.N. abriram as suas bandeiras e lançaram confettis, enquanto no sector reservado a claque visitante, os Viola exibiam estandartes com o simbolo do Colletivo e lançaram potes e tochas que iam arremessando para os adeptos "nerazzuros".
A nivel de canticos foi estrondoso quando o conhecido jogador Paul Ince, de fora nesse jogo, entra na bancada para assistir ao jogo (pasme-se) nos Boys SAN... não ha palavras que descrevam o que assisti.
Durante o jogo os canticos continuaram quer de um lado quer do outro.
No intervalo o Max lá nos descobriu e levou-nos para o meio dos Boys para assistir ao resto do jogo, escusado sera dizer como foi, resta-me desejar que um dia seja assim em Portugal.
Com o final do jogo mantivemos conversa com alguns membros dos Boys bem como dos temidos Viking (ex Skinheads Inter).
Quando saimos do estadio despedimo-nos do pessoal e preparámo-nos para o regresso, mas antes ainda tentamos acompanhar o autocarro da Fiorentina para saudar o Rui Costa que juntamente com Batistuta (que tem um grupo com o seu nome Batigroup) forma a dupla adorada dos ultrà Viola, e é impressionante a quantidade de bandeiras portuguesas no meio do Colletivo.
Pela nossa frente mais 2500 kms de alcatrão aguardavam por nós. Fica a vontade de voltar e a vontade que os ultras em Portugal chguem ao nivel a que pudemos assistir...
Queremos agradecer a todos os que nos ajudaram e acompanharam durante a estadia em Italia, para eles um grande e ultra abraço.