BOM FIM DE SEMANA

RYKERS Hardcore from Germany

O PORQUÊ DAS COISAS - Parte 4 "O meu Nucleo, a sua História, a sua FAIXA!!"

Estavamos em 1987 ou 1988, eramos um grupo de amigos com gosto pelo Benfica e pelo pouco que se conhecia na altura sobre o movimento Ultra.
A pouco e pouco fomos juntando algum pessoal na nossa escola, cartazes feitos á mão e colados na sala polivalente foram ajundando a compor o Grupo.
Passados alguns anos decidimos colar algumas centenas de cartazes tambem fora da escola, fizemos uma colagem massiva em todo o concelho de Almada e chegamos até ao Seixal, a anunciar a concentração para o jogo Benfica vs Arsenal.
Foram algumas noites em branco de trincha na mão a correr muros de escolas, terminais de autocarros e entradas de centros comerciais, alem de paragens de autocarros nos pontos cruciais do concelho.
Esse foi o jogo que marcou e deu o arranque aquilo que seriam os ALMADA WARRIORS, nucleo dos Diabos Vermelhos.



A 23 de Outubro de 1991 essa concentração em Cacilhas superou as 200 pessoas e o ambiente vivido foi brutal. A partir desse dia tudo mudou e em vez de irmos 10 amigos a bola começamos a ter sempre grandes concentrações nos barcos.
Saidos dos barcos era percorrer o Terreiro do Paço, atravessar a Rua Augusta e entrar no Metro no Rossio. De vez em quando, quando tinhamos ainda bastante tempo, continuavamos a pé pela Avenida da Liberdade e algumas foram as vezes onde so entravamos no Metro ja na rotunda do Marquês.
A evolução e o crescimento do Nucleo foi uma constante e o Nucleo chegou a ser o mais numeroso de toda a claque com largas dezenas de inscritos.

A FAIXA
Nos primeiros anos a faixa que nos identificava era um pequeno pano vermelho, um quadrado com cerca de 1 metro que tinha o Eddie dos Iron Maiden no meio e dizia com as letras utilizadas por essa banda ULTRA ALMADA. Infelizmente não tenho uma unica foto onde apareça este pano.
A segunda faixa dizia ULTRA ALMADA com a caveira dos Guns N Roses no meio.
Aquela que se viria a tornar a faixa oficial do nucleo foi pintada em 1992 e apresentada no jogo contra o porto dessa epoca, quando se realizou um concuso de faixas dos DV.

Este faixa é composta por 2 partes, uma que diz Almada com a bandeira sulista e outra que diz Warriors.
Na época 96/97 a faixa "Almada" é perdida no bessa em confrontos com um "misto" de boavisteiros e dos seus conterraneos azuis.
Durante varias épocas passou a usar-se apenas a faixa "Warriors" até que na época 2001/2002 foi feita uma réplica da faixa original de "Almada" que ainda HOJE esteve exposta no Restelo.

DESLOCAÇÕES
Desde a formação do Nucleo que as deslocações foram uma constante, em Portugal ou na Europa a faixa de Almada e os seus membros estiveram sempre presentes em numero superior.


MATERIAL
Alem de algumas t shirts o nucleo de Almada tem tambem um cachecol.

Hoje em dia o Nucleo esta "adormecido" mas nas mãos de alguns que continuam a viver na bela Margem Sul.
Para defender esta HISTORIA e a TRADIÇÃO daquela faixa... estou lá. Contra todos se for preciso.
Abstenham-se de comentar se for para dizer merda.
Puta que vos pariu, mais as vossas mentiras e o vosso veneno.

Belenenses 0 vs BENFICA 4

Importa-se de explicar?!!!

Mais uma pérola jornalistica, que me foi dada a conhecer pelo amigo OMD.
Faço dele, as minhas palavras:

...com 3 jornadas jogadas do presente campeonato é sempre bom saber, ou melhor é sempre bom pagar a informação de que o Benfica não ganha 3 jogos seguidos na liga desde... o ano passado

A 11 de Setembro...

...deixo aqui um documentario como sugestão para passar umas boas 2 horas.
É que ELE HÁ COISAS DO DIABO.

Memórias (Continuação)

Sábado (Turim).
Logo de manhã fomos ao Del Alpi para comprar bilhetes para o jogo, mas as bilheteiras ainda estavam fechadas.
Dirigimo-nos para a loja de Turim, em todas as paredes da cidade, principalmente junto aos estádio (Del Alpi e Comunale), se podem ver grafitis dos grupos Granata e Bianconeri. Todos eles refletem um odio extremo entre ambos e todas aquelas ruas me fizeram pensar nas "batalhas" já ali ocorridas.
Loo a seguir ao almoço saimos da loja para o estádio.
Cerca de 3 horas antes do jogo já os parques estavam cheios de autocarros provenientes de varios pontos do pais, onde transportavam os "juventus clubs" das cidades vizinhas, grupos de pessoas jogavam a bola ou comiam e bebiam para fazer passar o tempo.
Entretanto entrámos para o estadio e a primeira coisa foi escolher um bom lugar para assistir ao... desempenho das claques!!!
Enquanto não começava o jogo podia assistir-se a um jogo entre os "putos" da escola da Juve ou as entrevistas que eram transmitidas, em directo nos ecras gigantes do estadio, por um circuito fechado de televisão.
Na apresentaão das equipas alguem que estava no meio do campo de micro a mão levou ao rubro as bancadas ao anunciar "o nº6...vindo de terras de Coimbra...Paulo..." ao que o publico respondeu em delirio "Sousa" e tambem "Gianluca...", "Vialli" que juntamente com o portugues forma a dupla coqueluche de Turim.
Durante todo o jogo, toda a Curva cantou e vibrou com o jogo incessantemente e o unico jogador que mereceu um cantico vindo da "Curva Scirea" foi Paulo Sousa.
Atenção, a bandeira portuguesa esta sempre presente na curva e o jogador até já coreografias mereceu.
Quando tentámos falar com alguem da Drughi para uma entrevista a resposta imediata "Non parliamo con giornalisti", "Siamo tutti mussolini".
Ok, não ha nada a fazer...

Domingo (Novamente Milão)
Após mais uma noite a dormir no carro as forças já começavam a faltar... mas para mais um jogo arranja-se sempre qualquer coisa.
Ás 10 horas da manha, já o estadio de San Siro estava a começar a ficar repleto de carros. Depois de uma volta pelas bancas para mais umas compras, e de uma fatia de pizza e uma cerveja, fomos assistir a chegada do "Colletivo", preparado muito cuidadosamente pelos policiais italianos.
Por volta das 14 horas, como combinado, fomos ao bar na Curva Norte do estadio onde nos iamos encontrar com o Max e o Caravita. Chegámos lá demos nas vistas pois todos se conheciam e a nós não, alem disso deveriamos ser os mais novos que ali estavamos porque a media de idades nos grupos da curva norte deve rondar, no minimo, os 25 anos.
Quando o Max chegou com o Caravita lá nos apresentou a alguns elementos do "Gruppo Queen" grupo este que é composto pelos membros mais activos da curva, ou seja pelos que lideram canticos, coreografias etc. Foi com o "Grupo Queen" que entramos no estadio, uma vez la dentro fomos para um sitio ao lado da curva para podermos filmar e fotografar á vontade.
Com o inicio do jogo, os Boys S.A.N. abriram as suas bandeiras e lançaram confettis, enquanto no sector reservado a claque visitante, os Viola exibiam estandartes com o simbolo do Colletivo e lançaram potes e tochas que iam arremessando para os adeptos "nerazzuros".
A nivel de canticos foi estrondoso quando o conhecido jogador Paul Ince, de fora nesse jogo, entra na bancada para assistir ao jogo (pasme-se) nos Boys SAN... não ha palavras que descrevam o que assisti.
Durante o jogo os canticos continuaram quer de um lado quer do outro.
No intervalo o Max lá nos descobriu e levou-nos para o meio dos Boys para assistir ao resto do jogo, escusado sera dizer como foi, resta-me desejar que um dia seja assim em Portugal.
Com o final do jogo mantivemos conversa com alguns membros dos Boys bem como dos temidos Viking (ex Skinheads Inter).
Quando saimos do estadio despedimo-nos do pessoal e preparámo-nos para o regresso, mas antes ainda tentamos acompanhar o autocarro da Fiorentina para saudar o Rui Costa que juntamente com Batistuta (que tem um grupo com o seu nome Batigroup) forma a dupla adorada dos ultrà Viola, e é impressionante a quantidade de bandeiras portuguesas no meio do Colletivo.
Pela nossa frente mais 2500 kms de alcatrão aguardavam por nós. Fica a vontade de voltar e a vontade que os ultras em Portugal chguem ao nivel a que pudemos assistir...
Queremos agradecer a todos os que nos ajudaram e acompanharam durante a estadia em Italia, para eles um grande e ultra abraço.

Memórias (ou ONDE É QUE TU ESTAVAS EM 1996?!!)

Em mais uma jornada de mexidas no meu baú, encontrei uma revista de edição nacional chamada SUPER ULTRA datada de Maio de 1996.
Nessa revista descobri um texto escrito por mim que descreve e relata uma viagem a Italia, com um amigo e companheiro.
Digamos que em 96 não era facil 2 rapazes, alugarem um carro, arranjarem pesetas, francos e liras para gasoleo e portagens, sim porque não havia cá moedas unicas, e conduzirem mais de 2500 kms para ver algo que por cá não existia.
Perseguir um ideal, aprender, conviver, trocar opiniões e experiencias era o mote para nos fazer-mos ao caminho.
Valeu bem a pena. Ficam as memorias, e algumas amizades que ainda hoje duram.
13 anos depois, a viagem seria mais facil, ryanair, vueling ou easy jet resolveriam o problema a menos de metade do preço. Infelizmente as dificuldades criaram o espirito, e a aventura ficou marcada em mim e no Roma com toda a certeza.
Se tiverem pachorra e quiserem ler:

...Era cerca de 1 hora da madrugada de quarta para quinta feira, apos 24 horas agarrado a um volante para fazer 2500 kms (lisboa-Turim) lá chegamos ao nosso destino.

Quinta feira (Turim)
Ás 7 horas da manha já andavamos a procura da estação de comboios da cidade, apos um pequeno almoço num café das redondezas.
A estação era a nossa unica referencia para encontrar o nosso primeiro contacto, que seria uma loja ultra em Turim. Azar o nosso porque a cidade tinha 2 estações de comboio, entretanto fomos perguntando e lá nos indicaram que a loja seria perto da estação central.
Pelo caminho todos os quiosques eram percorridos em busca da ultrabiblia (Supertifo).
Após mais ou menos duas horas de procura um "carabinieri" lá nos levou até a loja, com as portas ainda fechadas. Fomos ate um bar ali ao lado beber um café e devorar a Supertifo até que a loja abriu.
Lá dentro... sem comentarios, quem gosta do mundo ultra talvez consiga entender o que é estar no meio de centenas de cachecois, t shirts, pins, estampas, chapeus etc etc de alguns dos melhores grupos Ultrás do mundo.
Duas pessoas já não muito jovens eram os responsaveis pela loja e ultras (velhas guardas) dos clubes de Turim, desde logo ficou combinado encontro , Sabado para assistir ao jogo Juventus - Parma. Feitas as compras arracámos direitos a Milão, isto já ao fim da tarde.
Chegados a Milão o nosso destino: um chuveiro algures nas instalações da pousada de juventude. (Se o gerente soubesse que era da claque que em Março do ano passado lhe tinha tirado um a noite de sono!...)
E finalmente após um passeio noturno, a cama.

Sexta feira (Milão)
De manha, bem cedo, fomos directamente para a "Botega del Tifo" mais uma loja, desta feita em Milão para nos encontrar-mos com Virgilio, velha guarda dos Commandos Tigre e com Caravita lider dos Boys SAN.
As compras foram tantas que o dinheiro não chegou, por isso tivemos que ir a um banco ali proximo. Ao chegar ao banco deparei com um complexo sistema de segurança baseados nuns cacifos onde eram colocados todos os objectos de metal, fossem moedas, chaves, canivetes, etc, nada passava no detector. Após 4 tentativas o detector nao parava de tocar, cada vez que tentava entrar ele tocava e o Virgilio optou por irmos a outro banco, entretanto lembrei-me que devia ter ido descalço ao banco! (Dr Martens não perdoam).
As aventuras nao paravam por aqui infelizmente. Depois de ter conseguido levantar dinheiro, vejo um policia entrar pelo multibanco de arma na mão, agarrar em mim e revistar-me dos pés a cabeça encostado ao carro da policia... resumindo alguem tinha tentado assaltar o banco minutos antes e a descrição era... EU.
Para quem tinha ido a Italia para ver coisas novas no mundo ultra, já estava com emoções fortes a mais em tão pouco tempo.
De regresso ao que nos levou a Italia lá continuámos a contactar com tudo e todos que tivessem ligados a claques. O almoço foi num restautrante mexicano onde iriamos ter com o "Max", membro activo da Curva Norte de Milão, que acabou por ser o nosso guia turistico.
A tarde foi passada no centro da cidade e finalmente na "Botega" onde estivemos com membros de grupos do Bréscia, Lázio entre outros, trocamos opiniões e contactos e ouvimos historias incriveis de deslocações de muitos e muitos kms onde eles diziam "foi pena, da minha secção só fomos 200"!!!!
Neste dia ficou tambem combinado que iriamos ver o jogo Inter - Fiorentina no domingo. Quando tentamos saber qual a coreografia para o jogo, "alguem" dos Boys SAN respondeu "Não ligamos muito a coreografias, uma boa rixa tem muito mais piada... sempre fomos muito batalhadores". Elucidativo.
Á noite fomos até ao bar onde o Max trabalhava e lá estavam membros de varias claques, parece que todos fazem questão de pertencer a um grupo ultra naquele pais e é incrivel como se respeita um pacto de não agressão.
(Continua)

Pelo Menos Hoje Ninguem Falou Da Crise!!

O meu companheiro de bancada, mais novo, tem por habito garantir a vitoria do Benfica por 4 a 0 antes de qualquer jogo. Quando vamos a caminho da Luz o prognostico é quase sempre o mesmo: "Pai, o Benfica vai ganhar 4 a 0". Ontem em resposta ao prognostico lá lhe dei uma seca com mais uma lição de historia encarnada.
Quando ele me disse que seria 4 a 0, gabei-me de ter visto o Benfica, quase do tamanho dele, a dar 7 ao Penafiel.
Não foi a maior goleada que vi, mas de qualquer das formas ficou-me marcada por chover a cantaros e pelo facto curioso de ver o Benfica marcar 7 golos em 45 minutos.
SORTUDO foi a resposta dele. Realmente sou um sortudo. Poder reter a imagem da velinha LUZ cheia de gente, num jogo á tarde, possivelmente a um Domingo, possivelmente sem transmissão televisiva.

A equipa?
SILVINO
VELOSO
RICARDO GOMES
SAMUEL
FONSECA
JONAS THERN
PANEIRA
VALDO
PACHECO
MATTS MAGNUSSON
VATA

O Treinador?
MISTER SVEN GORAN ERIKSSON

14 de Outubro de 1989.

Magnusson marcou 4 golos nessa tarde, não deve ter custado metade do Cardozo!! Não que tenha algo contra o Tacuara, o exemplo serve apenas para estabelecer o paralelo entre uma goleada á distancia de 20 anos.
Fico contente de ter visto o meu companheiro a assistir a uma goleada. Pode ser que daqui a 20 anos ele esteja a escrever sobre isso.
Quanto ao nosso Portugal, hoje até acordou mais "leve", cheira-me até que a entrevista do Sócrates na TV perdeu fulgor e destaque.
SOMOS GRANDES!!